sábado, 18 de fevereiro de 2017

Disfunção cognitiva em pacientes graves: publicado estudo com novas evidências que vão mudar nossa maneira de ver este problema.


O estudo Long-term cognitive outcomes among unselected ventilated and non-ventilated ICU patients, foi publicado ontem no site Journal of Intensive Care (Publicação oficial da The Japanese Society of Intensive Care Medicine). 
O que já sabiamos sobre o tema?
No estudo prévio de maior significância sobre o tema, Pandharipande et al. (N Engl J Med 2013) relataram uma maior incidência de disfunção cognitiva de longa duração em uma amostra de 821 pacientes internado em UTI. Entretanto, ...

                a amostra deste estudo inclui apenas pacientes com choque ou insuficiência respiratória. Desta forma, foram selecionados pacientes mais graves (APACHE médio de 25 e SOFA na inclusão de 9 pontos). Este estudo ainda relacionou duração de delirium, durante a internação na UTI, a piores avaliações de disfunção cognitiva em 3 e 12 meses após a alta.
O que este estudo trás de novo?
A pesquisa analisa pacientes bastante diferentes daqueles selecionados para estudos até agora publicados. No estudo brasileiro, Azevedo et al., avaliaram uma amostra geral de pacientes internados em UTI, isto por que o estudo incluiu uma população de mais de 400 pacientes não selecionados e que foram acompanhados ao longo de 3 anos. Não foram selecionados “the sickest of the sick ICU patients” como enfatizam os autores, mas pacientes com mais baixo nível de gravidade. Atencão ao APACHE e SOFA dos pacientes ( exibido na tabela 1 de caracteristicas demograficas). Ainda assim, o resultado mostrou que 50% dos pacientes apresentaram disfunção cognitiva, 20% deles comprometimento grave quando avaliados depois de 1 ano da alta da UTI. Mais ainda, foram pacientes que apresentaram baixa prevalência de delirium durante o período de hospitalização, colocando questionamento sobre a verdade até então prevalente de que para haver disfunção cognitiva tem que haver delirium.
A pesquisa foi realizada nas UTIs clínica e cirúrgica do Hospital São Domingos, São Luis, MA e teve como como coordenador o médico José Raimundo Azevedo.
O estudo já está disponível no site do Journal. O Link para acesso livre ao PDF do artigo:

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