quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Suporte nutricional no paciente crítico: novo guideline 2016 ASPEN e SCCM


       Atualmente discute-se com maior ênfase o tema nutrição no paciente crítico e algumas recentes publicações tem norteado novos caminhos/conceitos na prática diária. 
       Há tempos aguardava-se a revisão do guideline da American Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) sobre nutrição no paciente crítico. Recentemente foi apresentado no congresso na cidade de Austin, no Texas,  em conjunto com a Society of Critical Care Medicine (SCCM), suas novas recomendações.
        Sugerimos a leitura do texto completo (link anexo). Seguem alguns tópicos abordados:...

Na ausência de calorimetria indireta, sugerimos que uma equação preditiva baseada no peso (25-30 kcal/kg/d) deve ser aplicada rotineiramente para determinar os requisitos de energia.

- Recomendamos que os protocolos de alimentação enteral devem ser implementados para aumentar o percentual de calorias ofertadas em relação a meta proposta.

-  Sugerimos uma avaliação frequente da adequação da oferta de proteína. As necessidades de proteínas sugeridas são de 1,2-2,0 g/kg de peso corporal atual por dia e, provavelmente, pode ser ainda mais elevada em pacientes grandes queimados ou politraumatizados.

- Recomendamos que a terapia de suporte nutricional enteral deve ser iniciada dentro de 24-48 horas no paciente crítico que é incapaz de manter a ingestão voluntária.

- Sugerimos que no cenário de comprometimento hemodinâmico ou instabilidade, a terapia enteral deve ser suspensa até que o paciente encontre-se ressuscitado e/ou em com sinais de melhora perfusional. O início pode ser considerado com precaução em pacientes submetidos à desmame dos vasopressores.

- Sugerimos que os pacientes que tem baixo risco nutricional, com o estado nutricional normal e baixa gravidade da doença atual (por exemplo, escore NRS 2002 ≤3 ou NUTRIC ≤5), que não podem manter a ingestão oral voluntária adequada, não necessitam de terapia nutricional especializada durante a primeira semana de internação em UTI.

- Recomendamos a colocação de sonda pós pilórica em pacientes considerados de alto risco para aspiração.

- Sugerimos que a dieta enteral não seja interrompida em casos de diarréia, mas sim que a alimentação enteral seja continuada enquanto avalia-se a etiologia da diarréia para determinar o tratamento adequado.

- Sugerimos que a glutamina enteral suplementar não seja adicionada rotineiramente em pacientes criticamente enfermos.

- Recomendamos que, em pacientes de risco nutricional baixo, o uso de dieta parenteral suplementar deva ser considerado apenas após 7-10 dias, quando o paciente é incapaz de atender > 60% das necessidades de energia e proteína por via enteral. Iniciar a suplementação parenteral antes desse período de 7 a 10 dias  não melhora os resultados e pode ser prejudicial.

       As explanações fisiológicas e exposições das evidências para essas recomendações  citadas e outras muitas, encontram-se disponíveis na íntegra no texto publicado: 



Referência:
1. McClave SA, Taylor BE, Martindale RG, Warren MM, Johnson DR, Braunschweig C, McCarthy MS, Davanos E, Rice TW, Cresci GA, Gervasio JM, Sacks GS, Roberts PR, Compher C; Society of Critical Care Medicine; American Society for Parenteral and Enteral Nutrition. Guidelines for the Provision and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult Critically Ill Patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2016 Feb;40(2):159-211.

4 comentários:

  1. Obrigado pessoal pelo altruismo de vcs! Guideline bastante esperado! Parece que continuamos no caminho certo das evidencias!

    ResponderExcluir
  2. jÁ EXISTE UMA NOVA RECOMENDAÇÃO PARA ESPEN? OU PERMANECE A DE 2006?

    ResponderExcluir
  3. jÁ EXISTE UMA NOVA RECOMENDAÇÃO PARA ESPEN? OU PERMANECE A DE 2006?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia Alexandre,

      A atualização específica de guideline nutrição enteral e parenteral em pacientes críticos ainda não foi publicada pela ESPEN recentemente.

      Excluir