sexta-feira, 22 de junho de 2012

Desafio diagnóstico - eFAST

          Paciente masculino, 31 anos, vítima de colisão moto x auto dá entrada na sala de emergência trazido pelo Resgate (Bombeiros). Foi intubado no local por desconforto respiratório e rebaixamento do nível de consciência (Glasgow 7 no local).
Ao chegar na sala de emergencia o exame clínico revelou: ...


- Intubado em ventilação mecânica (PCV, PC 20 cmH2O, PEEP 6, FiO2 100%). SpO2 = 91%. Ausculta torácica reduzida a esquerda.
- Ritmo cardíaco regular em 2 tempos. Bulhas hipofonéticas. Sem sopros. Turgência jugular patológica. PA - 90 x 55 mmHg e FC - 126 bpm.
- Sedado no local com midazolam (30 mg) e fentanil (200 mcg). Recebeu ainda dose de succinilcolina para IOT. No momento RAMSAY - 6. Pupilas isocóricas e fotoreativas.
- Múltiplas escoriações em tronco a esquerda e fratura exposta na braço esquerdo. Abdomen inocente.

Realizado ultrassom eFAST (FAST extendido) na sala de emergência que revelou a seguinte imagem na janela tórácica esquerda. 

Qual o diagnóstico? Deixem suas sugestões nos comentários.



Resposta
O paciente teve o tórax puncionado (2 espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda) com saida de importante quantidade de ar. Posteriormente o tórax foi drenado. Houve melhora hemodinâmica e ventilatória do paciente. Nesta imagem realizada na sala de emergência no eFAST foi identificado ausência de deslizamento pleural na parte superior do hemitórax esquerdo e ainda, deslocando caudalmente o transdutor, o ponto pleural (que corresponde a um ponto onde identificamos a a separação das pleural parietal e visceral). Colocado o ultrassom no modo M revelou a imagem do sinal do "código de barras" (figura acima).

8 comentários:

  1. O modo M no tórax serve principalmente para a investigação de pneumotórax quando não é visto lung sliding no modo B. No modo M o stratosphere sign, sem lung pulse indicaria pneumotórax, mas existe um artefato no exame, arrítmico e um pouco longo e granulado para parecer lung pulse, mas que pode ser, que pode significar simplesmente ausência de ventilação com perfusão, compatível com atelectasia. Mas US é exame dinâmico e muito dependente do operador (a imagem também não esta ajudando) pode ser outra coisa.

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  2. Pneumotorax hipertensivo

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  3. Independentemente do eFAST, a ausculta diminuída no hemitórax E, associada a hipotensão, bulhas hipofonéticas e - principalmente - turgência jugular patológica, sugere fortemente o diagnóstico de pneumotórax traumático. Como está em ventilação mecânica e em choque circulatório, provavelmente é hipertensivo.

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  4. Além do pneumotorax, não teria tamponamento pericardico, pela avaliação clínica?

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  5. Gostaria de pontuar uma crítica ao caso que salta etapas do ATLS. Não vi o resultado da percussão do Htx E? O diagnóstico do Pnmtx é clínico, o FAST entraria na avaliação cardiovascular, caso persistisse a instabilidade hemodinâmica. Como já adiantaram os colegas, provavelmente trata-se de um Pnmtx hipertensivo à E.

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  6. Pessoal,
    acrescentei a resposta ao final do post. Obrigado a todos por participar.

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