Sequelas motoras, como hemiplegia e hemiparesia,
são complicacões frequentes de pacientes com acidente vascular cerebral
isquêmico (AVCi). Estudos envolvendo pequenas amostras de pacientes mostram uma
tendência a melhora de sequelas motoras com o uso de fluoxetina. François
Chollet e colaboradores desenvolveram um estudo multicêntrico, duplo
cego, controlado que teve como objetivo investigar se a fluoxetina seria capaz
de aumentar a recuperação motora, se administrado logo após um acidente
vascular cerebral isquêmico para pacientes que apresentam déficits motores. Os
resultados deste estudo são animadores...
Figura 1. Estudos prévios com antidepressivos em AVCi
Foram incluidos pacientes
na fase aguda do AVCi, com hemiparesia ou hemiplegia, avaliados pela escala
motora de Fugl-Meyer com resultado ≤ 55 foram incluídos. Estes pacientes
receberam fluoxetina 20 mg/dia por 3 meses, iniciada 5 a 10 dias após o AVCi.
Todos os pacientes fizeram fisioterapia.
Foram
incluídos 118 pacientes distribuídos aleatoriamente para receber fluoxetina (n
= 59) ou placebo (n = 59), e 113 foram incluídos na análise (57 no grupo de
fluoxetina e 56 no grupo de placebo). Dois pacientes morreram antes do dia 90 e
três se retiraram do estudo. A melhora da escala motora de Fugl-Meyer em 90
dias foi significativamente maior no grupo fluoxetina (média ajustada de 34,0
pontos [IC 95% 29,7 -38,4]) do que no grupo placebo (24,3 pontos [19,9 -28,7 ],
p = 0,003). Os principais eventos adversos na fluoxetina e placebo foram
hiponatremia (sem diferença entre os grupos), distúrbios digestivos
transitórios, incluindo náuseas, diarreia e dor abdominal (25% x 11%) ,
distúrbios hepáticos enzimáticos (9% x 18%), distúrbios psiquiátricos (5% x 7%),
insônia (33% x 36%), e crise parcial (<1%x 0%).
Estes
autores concluem que em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico com
déficit motor de moderado à grave, a prescrição precoce de fluoxetina com
fisioterapia teve melhor evolução motora após 3 meses. Modulação da
plasticidade cerebral espontânea por drogas é um caminho promissor para o
tratamento de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico e de moderada
a grave déficit motor.
http://www.neurophys.gu.se/digitalAssets/1332/1332679_fm-le-english.pdf
Referência
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21216670
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