Durante o CBMI tivemos uma mesa sobre o atendimento ao grande queimado quem envolveu
diversas facetas do atendimento deste paciente. Segue abaixo um resumo da mesa...
A
mesa foi iniciada por Dra. Leila Rezegue (PA) que mostrou dados relativos a
queimaduras no Brasil e detalhes do atendimento inicial. Dr. Leila frisou a
importância de interromper a queimadura, fazer sua avaliação inicial de tamanho
profundidade e acometimento da via aérea. Mostrou que há uma tendência na
literatura de queimados que começa a estratificas melhor os pacientes com lesão
inalatória que necessitam ser intubados. Entretanto, a opinião geral é que se
há lesão inalatória importante este paciente deve ser intubado e avaliado
posteriormente por broncoscopia, ou mesmo quando prontamente disponível pode-se
intubar com a broncoscopia. Ainda colocou entre outros aspectos a necessidade
de fazer adequada profilaxia do tétano.
Em
seguida Dr. Joel Tavares Passos (RJ) mostrou dados da importância de
individualizar a reposição volêmica em pacientes queimados. Ele mostrou a
divergência das fórmulas em termos de quantidade de volume administrado e tipo
de solução utilizados. Dr. Joel foi bastante enfático ao demonstrar que é
necessário voltar esta reposição volêmica para otimização de débito cardíaco e
da oferta tecidual de oxigênio e então devemos estabelecer que os objetivos a
serem atingidos. A diurese é um importante marcador de restabelecimento da
perfusão e quando isto não é possível (por uma necrose tubular aguda já
instalada) podemos utilizar dados do Delta PP e marcadores de perfusão tecidual
como lactato.
Dr.
Mariza D`Agostinho Dias (SP) foi a terceira participante desta mesa e mostrou a
importância da medicina hiperbárica no grande queimado. A medicina hiperbárica
tem mais que um efeito local, tem efeito de elevação sistêmica da PO2. O
tratamento hiperbárico é capaz de melhorar a o edema do paciente grande
queimado, atenua a resposta inflamatória, reduz a incidência de infecções e por
fim melhora a cicatrização da área queimada. Para que todo este benefício
ocorra é necessário que o tratamento seja indicado para o paciente certo e que o
médico hiperbarista, o cirurgião plástico e o intensivista atuem em sinergia
durante o tratamento deste paciente.
Na
ultima apresentação desta mesa Dr. Edvaldo Campos (SP) mostrou a importância do
suporte nutricional em queimados. O suporte nutricional é pedra angular no
tratamento de grandes queimados e foi responsável pela redução de morbimortalidade nesta área nos últimos
anos. É necessário não sub nem hipernutrir. Estimar a quantidade de calórias
não é tão fácil e estas estimativas variam de acordo com a fórmula utilizada.
Dr. Edvaldo mostrou a fórmula de Curreri e Harris-Benetic e suas
particularidades. A oferta proteica é também muito importante e deve ser maior
que o habitualmente utilizado em pacientes graves em geral. Mais que a
quantidade de calorias e proteínas é necessário estar atento a suplementação de
glutamina por via enteral (0,5 g /Kg) que é nível A de evidência e recomendada
nas pricipais diretrizes de terapia nutricional. Mostrou ainda a importância de
suplementar vitaminas (C, A, E) e micronutrientes com o Zinco. Não foram
propostas megadoses de vitaminas.
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