segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Avaliação da microcirculação: SDF

        Imagem obtida com SDF na região sublingual (paciente com choque séptico)            

            Tradicionalmente avalia-se a microcirculação através de parâmetros laboratoriais, tais como saturação venosa central de oxigênio e dosagem sérica de lactato arterial. Esses parâmetros dão uma estimativa da oxigenação dos tecidos orgânicos de forma global e não tem capacidade de avaliar diretamente o local primário onde ocorre a troca de oxigênio e nutrientes com os tecidos.

           Os últimos anos tem testemunhado a introdução na prática clínica de dispositivos capazes de visualizar diretamente a microcirculação. O SDF (sidestream dark field) é um aparelho capaz de captar imagens que destacam a microcirculação. Através da emissão de luz verde nos tecidos (cuja profundidade alcança aproximadamente 3 mm) e da absorção da luz pela hemoglobina com leitura do que é refletido pelo tecido, torna-se possível a identificação das estruturas que compõem a microcirculação.(1)
         Através desse dispositivo vários investigadores tem demosntrado alterações significativas na microcirculação em situações clínicas diversas, e suas alterações tem associação direta com disfunções orgânicas e óbito.(2, 3

           As imagens podem ser obtidas de diversas superfícies tecidual, sendo o sítio habitualmente avaliado nos estudos clínicos a região sublingual. O interesse na visualização e análise dessa região relaciona-se com sua origem embriológica similar a circulação esplâncnica, região essa que tem particular importância relacionada a perfusão tecidual, visto que em situações de hipoperfusão trata-se da região com maior relação de dependência de fluxo sanguíneo adequado.

(referência 1)

            Diversas metodologias foram desenvolvidas em busca de correlações positivas entre os achados na microcirculação e desfechos clínicos diversos. Uma recente publicação estabeleceu critérios para coleta das imagens e metodologias de análise, com padrões definidos de análise e interpretação dos dados. (4)
            
             Em breve um novo post com mais detalhes sobre o assunto...

Referências:
1. www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19550794

2.  www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12091178

3. www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17095120
4. www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17845716

2 comentários:

  1. André - intensivista Dante Pazzanese - SP3 de agosto de 2011 às 09:28

    Muito interessante a metodologia. Dispomos de tal tecnologia no país? É factível financeiramente e tecnicamente?

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  2. No presente algumas entidades dispõem da tecnologia dedicada à pesquisa. Os custos ainda são relativamente elevados, considerando a atual aplicabilidade. Tecnicamente requer treinamento específico, sem grandes mistérios na tecnica...
    Em breve um novo post com mais detalhes sobre o assunto.
    Abs

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