Tromboembolismo pulmonar (TEP) continua sendo uma
causa importante de mortalidade nos dias atuais. Dados estimados de 2004
sugerem um valor aproximado de óbitos acima de 370 mil casos quando analisados
em conjunto 6 países da União Europeia (total 474.4 milhões de pessoas) (1).
Muitos aspectos da patologia foram estudados recentemente e, baseado nestes
novos conhecimentos, alterações significativas estão sendo propostas no manejo
dos pacientes que cursam com TEP grave.
De acordo com a classificação de risco que será descrita abaixo, pacientes com risco moderado e alto para a patologia devem inicialmente ser considerados como críticos. A classificação tem a finalidade de gerar uma conduta ideal, bem como triagem adequada desde a chegada dos pacientes ao hospital. Isto é importante, pois mortalidade precoce tem sido descrita variando entre 1% e 50% (2-3).
A letalidade de pacientes com
choque cardiogênico e hipotensão secundários ao quadro de cor pulmonale agudo varia entre 35% e 58% (4-5). Entretanto, hipotensão
sustentada, choque e parada cardiorrespiratória não ocorrem de forma frequente
nos pacientes com quadros de TEP estáveis e a maioria acaba não sendo
encaminhada para UTI. Mesmo assim, evidencias de um estudo post-mortem mostram que muitos destes pacientes
morrem de forma súbita nas primeiras horas. De acordo com os dados encontrados,
quase metade dos 101 pacientes analisados morreram horas após a admissão
hospitalar (6).
Evidência de disfunção
ventricular direita, avaliada por ecocardiograma transtorácico ou
angiotomografia, bem como pelo aumento dos valores do peptídio natriurético
cerebral (BNP), Pró-BNP e troponina, é indicativa de maior risco de mortalidade
por TEP ou de complicações em pacientes normotensos. Em uma coorte com 688
pacientes normotensos, o aumento destes marcadores ou a presença de alterações
ecocardiográficas significativas, obteve um melhor resultado para a avaliação
de prognóstico quando comparada ao escore descrito acima. Já no estudo PROTECT,
a combinação de sPESI alterado somado a elevação nos valores de troponina
e BNP obtiveram um valor preditivo positivo para evolução desfavorável maior do
que a avaliação do escore de forma isolada ou em combinação com apenas um
marcador.
De acordo com a Sociedade Europeia de Cardiologia, pacientes hipotensos com TEP são considerados como de alto risco; os normotensos e com sPESI < 1 são de baixo risco; os normotensos, com sPESI ≥ 1 e a um marcador ou disfunção cardíaca são de risco moderado; enquanto os que apresentarem escore > 1 associado aos dois marcadores são de alto risco (6).
De acordo com a Sociedade Europeia de Cardiologia, pacientes hipotensos com TEP são considerados como de alto risco; os normotensos e com sPESI < 1 são de baixo risco; os normotensos, com sPESI ≥ 1 e a um marcador ou disfunção cardíaca são de risco moderado; enquanto os que apresentarem escore > 1 associado aos dois marcadores são de alto risco (6).
Orientação das principais
condutas nos pacientes considerados críticos na UTI.
1) Manejo hemodinâmico
1) Manejo hemodinâmico
De acordo com a Sociedade Europeia de Cardiologia, o manejo hemodinâmico é baseado em três pilares:
- Expansão
volêmica criteriosa: idealmente realizar pequenas alíquotas e
reavaliar. O aumento de débito cardíaco (DC) após expansão com cristaloide
é inversamente proporcional à dilatação do ventrículo direito.
Hipervolemia pode ser deletéria ao paciente, pois ocasiona desvio de septo
para esquerda, diminuindo débito do ventrículo esquerdo (7).
- Uso de droga vasoativa para melhorar a função do VD nos casos de hipotensão: idealmente manter PAM > 65mmHg. Estudos demonstram que o uso de noradrenalina parece ter melhor benefício para dar suporte ao VD e melhorar o DC quando comparado aos cristaloides. Além disto, geram boa perfusão coronária. O racional está no recrutamento da circulação esplâncnica.
- Ventilar pacientes com volume corrente, PEEP e pressão de platô baixos. Lembrando que idealmente a ventilação mecânica deva ser evitada nestes pacientes, já que leva ao aumento dos pós-carga do VD.
2) Trombólise
3) Filtro de veia cava
Atualmente a única indicação de filtro de veia cava recomendada por
todos os guidelines é a contraindicação de anticoagulação oral em pacientes com
TVP proximal e TEP. Embora algumas pessoas advoguem sobre o uso de filtro em
pacientes com alto risco de recorrência, o PREPIC2 trial não confirma tal ideia (11).
4) Anticoagulação oral
Atualmente uma metanálise com os 6 maiores trials fase III comparando novos anticoagulantes orais
(rivaroxaban, dabigatran, apaxiban) com warfarina não demonstrou diferença de
mortalidade ou recorrência de eventos trombóticos. Contudo, as atuais drogas diminuíram
de forma significativa sangramento intracraniano e sangramentos maiores (12). Desta
forma, nos pacientes de baixo e moderado riscos estas drogas podem ser
utilizadas como substitutas à warfarina.
Vale lembrar quem os novos anticoagulantes orais não foram estudados em pacientes de alto risco que receberam drogas trombolíticas e que, idealmente, devemos iniciar warfarina após 72 horas da infusão do trombolítico, a fim de evitar risco de sangramento.
Referências
Vale lembrar quem os novos anticoagulantes orais não foram estudados em pacientes de alto risco que receberam drogas trombolíticas e que, idealmente, devemos iniciar warfarina após 72 horas da infusão do trombolítico, a fim de evitar risco de sangramento.
Referências
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17938798
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9350909
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18347212
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10227218
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22909825
- Guidelines on the diagnosis and management of acute pulmonary embolism: The Task Force for the Diagnosis and Management of Acute Pulmonary Embolism of the European Society of Cardiology ESC) Endorsed by the European Respiratory Society
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6198941
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15262836
- http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1302097
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24917641
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25919526
- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24963045
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