Pacientes graves frequentemente apresentam distúrbios
do sono e inversões do ciclo sono e vigilia. Alguns estudos demonstram que
pacientes internados em UTI e em desmame da ventilação mecânica podem
apresentar períodos de sono noturno muito curtos. Em um estudo a media foi de
apenas 2,5 horas de sono por noite (1). Este distúrbio pode estar ligado a
redução dos níveis de melatonina. A melatonina é um hormônio produzido pela
glândula pineal e que vem sendo utilizada e tendo seus efeitos estudados no
sono. Pacientes graves requerendo ventilação mecânica podem ter seus níveis
séricos de melatonina reduzidos...
No estudo de Bourne e col a suplementação de
melatonina na dose de 10 mg/dia as 21 horas foi capaz de aumentar em 47% (porem
sem significancia estatística) o tempo de sono noturno (1). Outros dois
estudos mostram resultados contraditórios. Enquanto em um destes houve aumento
de 3 para 6 horas de sono com o uso de 3 mg de melatonina (2), o outro estudo
mostrou aumento de apenas 15 minutos com seu uso (3).
Os efeitos adversos principais da melatonina são:
cefaleia, tontura, nauseas e sonolência. Estes efeitos são pouco observados com
seu uso e podem ser dependentes da dose utilizada.
Um estudo conduzido por Yoshitaka e col demostrou
que paciente internados em UTI para pós-operatório tem decrescimo dos níveis de
melatonina. Além disto, os pacientes que apresentavam maior queda neste níveis
na primeira hora de pós-operatorio cursavam com maior incidência de delirium
(−1,1 x 0 pg/mL, P = 0,036). Neste estudo a variação do nível sérico de
melatonina foi preditor independente da incidencia de delirium.
A privação de sono é classicamente ligada a maior
incidência de delirium e desta forma os dados destes estudos nos fazem crer que
possa haver espaço para estudos do uso de melatonnia na prevenção de delirium em
pacientes graves. Mas ainda, esperamos ver estudos com o uso de melatonina e a
necessidade de sedativos em UTI. Duvidas que devem ser respondidas por novos
estudos.
A melatonina não esta disponível/liberada para
uso no Brasil.
Referências
1 - www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18423009
2- www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10672435
3 - www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16930101
4 - www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23312124
Rodrigo, dei uma olhada rápida no blog e ... gostei bastante! Parabéns pela iniciativa! Vou passar sempre por aqui e ajudar a divulgar.
ResponderExcluirAbs. Tatiana