sábado, 29 de setembro de 2012

Polimixina E: guia prático para dúvidas frequentes


       As polimixinas são antibióticos polipeptídeos com potente ação sobre várias bactérias gram-negativas. Foram um grupo de cinco substâncias, que receberam o nome de polimixinas A, B, C, D e E. Somente as polimixinas B e E são utilizadas clinicamente, em virtude da grande toxicidade das demais.
A polimixina E, também conhecida como colistina é produzida pelo Bacillus colistinus. (1)
Netse post revisamos informações práticas sobre a Colistina - Polimixina E.

Posologia e correção para função renal
-       Primeiro atentar para a apresentação de polimixina E utilizada
o   Colomycin®: cada frasco contém 1 milhão de UI de colistimetato ou 33,3 mg de colistina base
o   Colis-Tek®: cada frasco contém 150 mg de colistina base ou 4,5 milhões de UI de colistimetato (1mg = 12.740 UI).
§  Dose máxima diária:
·       300 mg de colistina base ou,
·       9 milhões de UI de colistimetato
Pacientes obesos: dose baseada no peso corporal ideal.

Gestantes: risco C.

Tabela 1. Polimixina E - posologia e correção para função renal (2)
Creatinina sérica
Dose (mg de colistina base)
Intervalo das doses
1,3-1,5 mg/dL
2,5 a 3,8 mg/Kg/dia
Divida em 2 aplicações ao dia
1,6-2,5 mg/dl
2,5 mg/Kg/dia
Dividir em 1 a 2 aplicações ao dia
2,6-4 mg/dL
1,5 mg/kg
A cada 36 horas
Hemodiálise intermitente
1,5 mg/kg
A cada 24 a 48 horas. Nos dias de diálise administrar após a diálise.
CVVH / CVVHD / CVVHDF
2,5 mg / kg
A cada 24-48 horas


O Grupo de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas da USP - SP mantem a seguinte recomendação (3):








Atividade:
Pseudomonas e acinetobacter, mesmo os multirresistentes, tem perfil de sensibilidade muito bom (>96%).
Excelente atividade também contra: Citrobacter spp., Escherichia coli e Klebsiella spp.
Sensibilidade reduzida para Enterobacter spp. (83.3% de sensibilidade)
Não deve ser utilizada para tratamento de: Stenotrophomonas maltophilia, Burkholderia cepacia, Serratia spp, Proteus spp.
As polimixinas não são ativas contra bactérias gram-positivas e fungos.

Toxicidade:
Neurotoxicidade:
Fraqueza, parestesias periféricas e faciais, oftalmoplegia, dificuldade de deglutição, ataxia, ptose palpebral e até mesmo bloqueio muscular com insuficiência respiratória e necessidade de suporte ventilatório. O quadro reverte com a suspensão da droga.
Nefrotoxicidade:
Aumentos dos níveis séricos de ureia e creatinina com redução do Clearence de creatinina, hematúria, proteinúria, cilindrúria e oligúria.
O mecanismo de lesão renal parece estar relacionado com o conteúdo de ácido d-aminobutírico e ácido graxo da molécula, e é semelhante ao efeito do antibiótico na membrana externa bacteriana. Ocorre aumento de permeabilidade da membrana, facilitando o fluxo de cátions, ânions e água, provocando edema e lise celular.
É dependente da concentração e da duração da exposição ao antibiótico.
Outras:
alergias levando à lesão cutânea (tipo urticária), dor no local de injeção (intramuscular), tromboflebite (injeção EV), febre e eosinofilia.

Referencias

1- Mendes e Burdmann. Rev Assoc Med Bras 2009; 55(6): 752-9.
2 - Colistin (colistimethate): Drug information. Uptodate.com
3http://www.hcnet.usp.br/adm/dc/gcih/pdf/orientacoes%20para%20uso%20de%20colistina.pdf

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