As polimixinas são antibióticos
polipeptídeos com potente ação sobre várias bactérias gram-negativas. Foram um
grupo de cinco substâncias, que receberam o nome de polimixinas A, B, C, D e E.
Somente as polimixinas B e E são utilizadas clinicamente, em virtude da grande
toxicidade das demais.
A polimixina E, também conhecida como
colistina é produzida pelo Bacillus colistinus. (1)
Netse post revisamos informações práticas sobre a Colistina - Polimixina E.
Posologia
e correção para função renal
-
Primeiro
atentar para a apresentação de polimixina E utilizada
o
Colomycin®:
cada frasco contém 1 milhão de UI de colistimetato ou 33,3 mg de colistina base
o
Colis-Tek®:
cada frasco contém 150 mg de colistina base ou 4,5 milhões de UI de
colistimetato (1mg = 12.740 UI).
§
Dose máxima diária:
·
300
mg de colistina base ou,
·
9
milhões de UI de colistimetato
Pacientes
obesos: dose baseada no peso
corporal ideal.
Gestantes:
risco C.
Tabela
1. Polimixina E -
posologia e correção para função renal (2)
Creatinina
sérica
|
Dose
(mg
de colistina base)
|
Intervalo
das doses
|
1,3-1,5 mg/dL
|
2,5 a 3,8 mg/Kg/dia
|
Divida em 2 aplicações ao dia
|
1,6-2,5 mg/dl
|
2,5 mg/Kg/dia
|
Dividir em 1 a 2 aplicações ao dia
|
2,6-4 mg/dL
|
1,5 mg/kg
|
A cada 36 horas
|
Hemodiálise intermitente
|
1,5 mg/kg
|
A cada 24 a 48 horas. Nos dias de diálise
administrar após a diálise.
|
CVVH / CVVHD / CVVHDF
|
2,5 mg / kg
|
A cada 24-48 horas
|
O Grupo de Controle de Infecção Hospitalar do
Hospital das Clínicas da USP - SP mantem a seguinte recomendação (3):
Atividade:
Pseudomonas e acinetobacter, mesmo os multirresistentes, tem
perfil de sensibilidade muito bom (>96%).
Excelente atividade também contra: Citrobacter
spp., Escherichia coli e Klebsiella spp.
Sensibilidade reduzida para Enterobacter spp. (83.3% de sensibilidade)
Não deve ser utilizada para
tratamento de: Stenotrophomonas maltophilia, Burkholderia cepacia,
Serratia spp, Proteus spp.
As polimixinas não são ativas
contra bactérias gram-positivas e fungos.
Toxicidade:
Neurotoxicidade:
Fraqueza, parestesias
periféricas e faciais, oftalmoplegia, dificuldade de deglutição, ataxia, ptose
palpebral e até mesmo bloqueio muscular com insuficiência respiratória e
necessidade de suporte ventilatório. O quadro reverte com a suspensão da droga.
Nefrotoxicidade:
Aumentos dos níveis séricos de
ureia e creatinina com redução do Clearence de creatinina, hematúria,
proteinúria, cilindrúria e oligúria.
O mecanismo de lesão renal
parece estar relacionado com o conteúdo de ácido d-aminobutírico e ácido graxo
da molécula, e é semelhante ao efeito do antibiótico na membrana externa
bacteriana. Ocorre aumento de permeabilidade da membrana, facilitando o fluxo
de cátions, ânions e água, provocando edema e lise celular.
É dependente da concentração e
da duração da exposição ao antibiótico.
Outras:
alergias levando à lesão
cutânea (tipo urticária), dor no local de injeção (intramuscular),
tromboflebite (injeção EV), febre e eosinofilia.
Referencias
1- Mendes e Burdmann. Rev Assoc Med
Bras 2009; 55(6): 752-9.
2 - Colistin
(colistimethate): Drug information. Uptodate.com
3http://www.hcnet.usp.br/adm/dc/gcih/pdf/orientacoes%20para%20uso%20de%20colistina.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário