# Clube de revista postado pela Dra. Nathaly Nunes, residente de medicina intensiva da Unifesp #
Um recente estudo avaliou os desfechos relacionados ao uso da adrenalina na parada cardíaca pré-hospitalar. A adrenalina pré hospitalar é amplamente usada na ressuscitação cardiopulmonar, porém a evidência em relação aos seus efeitos não é bem estabelecida, especialmente em relação a sobrevida e desfecho neurológico. Escassos estudos com qualidade avaliaram os efeitos consequentes ao uso de adrenalina nesse contexto.
O racional do seu emprego está associado ao efeito vasoconstritor com maior taxa de retorno a circulação espontânea, provavelmente relacionado ao aumento do fluxo cerebral e coronariano. Entretanto, efeitos adverso deletérios podem ocorrer com seu emprego, como o aumento do consumo de oxigênio miocárdico e potenciais arritmias ventriculares.
Nesse estudo aproximadamente 420.000 pacientes foram incluídos, sendo coletados dados detalhados de toda RCP pré hospitalar e após um mês do evento. Os pacientes não foram randomizados quanto ao uso de adrenalina. Utilizou-se um escore de propensão (propensity score) buscando homogeneizar os grupos em relação as demais variáveis, permitindo que a principal diferença entre eles fosse a intervenção, no caso o uso de adrenalina. (Tabela 1 - Baseline)
Tabela 1. Baseline |
Os resultados principais demonstraram uma maior taxa de retorno da circulação espontânea (ROSC) com o uso da adrenalina, porém com uma taxa menor de sobrevida em 1 mês. Além disso, os pacientes que sobreviveram e utilizaram adrenalina apresentaram pior performance neurológica avaliada através de duas escalas funcionais: Cerebral performance category (CPC) e Overall performance category (OPC). (Tabela 2)
Tabela 2. Resultados |
Entretanto esses resultados devem ser interpretados com cautela devido as diversas limitações do estudo. Além de não ter sido randomizado, não foram coletados os dados dos cuidados intra-hospitalares (p. ex.: hipotermia, uso de vasopressores, cineangiocoronariografia), e isso pode ter influenciado na sobrevida a longo prazo.
Que venham novos estudos...
Que venham novos estudos...
Referência:
1. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22436956
pq eu nao encontrei esse site antes... muito bom
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