terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PICC, um importante aliado.

    

     O uso de cateter venoso central (CVC) é fato rotineiro nas UTIs, tendo como uma das suas principais complicações a  infecção local e de corrente sangüínea. Uma alternativa ao seu uso é o cateter central de inserção periférica (PICC), já usado desde 1996 e com potencial de substituição ao CVC bastante interessante.
     Estudo publicado em 2012 demonstrou que o uso de PICC foi seguro para pacientes internados em UTI, com taxas de complicações próximas de zero, onde não se foi observado nenhuma infecção relacionado ao cateter e somente dois episódios de tromboflebite local. A sua inserção foi feita por médicos e enfermeiras treinados, exclusivamente com uso de ultrasonografia e respeitando-se todas as barreiras mecânicas e químicas exigidas. 1
     Além de ser usado para aplicar medicações, para nutrição parenteral, quimioterápicos, o PICC pode ser utilizado para aferição de PVC, sem perda alguma, quando comparado ao CVC, tanto para medidas estáticas quanto dinâmicas. Dois estudos compararam a PICC para esta finalidade, tanto em pacientes, como in vitro e em ambas circunstâncias o poder de aferição foi igual para CVC e PICC. 2, 3
     Em algumas populações específicas, consideradas de alto risco para infecção como por exemplo pacientes grandes queimados e pós-operatórios o uso do PICC foi estudada e seus resultados foram bastante animadores.  Em pacientes queimados, estudo prospectivo conduzido por 2 anos, demonstrou uma taxa de infecção de zero para 1000 catéteres/dia comparado com 6,6 para 1000 catéteres/dia no grupo que utilizou CVC. O problema do uso do PICC nesta população é que devido a razão entre seu diâmetro e comprimento, a infusão de grandes quantidades de fluídos em pouco tempo fica prejudicada, desta maneira não pode ser utilizado nas fase aguda do choque. 4
     Para pacientes de enfermaria, com tempo de internação prolongada, o uso do PICC também parece ser benéfico, como demonstrou estudo publicado em 2010. A taxa de infecção entre pacientes que utilizaram CVC e PICC não foi diferente (2,3 X 2,4 para 1000 catéteres/dia), porém a meia vida do PICC foi maior (23 x 13 dias) até o aparecimento de infecção. 5
    O cateter de PICC apresenta-se como uma ferramenta poderosa e que deve ser difundida nas UTIs tendo-se em vista a segurança do paciente, pois o seu uso racional, protocolar e por pessoas habilitadas diminui muito as chances de acidentes relacionadas a punção (pneumotórax, hematomas locais), de infecção relacionada a cateter, além de facilitar os cuidados locais, principalmente em pacientes traqueostomizados.

Referências:
1. www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22305301
2. www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22290064
3. www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20939919
4. www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20061834
5. www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19836854

Um comentário:

  1. Gostaria de parabenizar a vcs do site por esses artigos, são de suma importância nas nossas atividades diárias de UTI.
    Todas as novidades em TI estão aqui.

    Obrigado.

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