terça-feira, 16 de agosto de 2011

Hemicraniectomia Descompressiva no AVC Maligno de Cerebral Média

     A hemicraniectomia foi descrita pela primeira vez por Harvey Cushing em 1905, sendo aplicada   no AVC isquêmico em 1956. Desde então o procedimento vem sendo estudado como forma de diminuir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida do paciente a longo prazo. (1)

   O AVC isquêmico Maligno de Cerebral Média tem uma mortalidade elevada, em torno de 80%, quando se apresenta com sinais de hipertensão intracraniana. Geralmente a etiologia deste tipo de AVC se deve a eventos cardioembólicos ou a trombose de artéria carótida interna ou de ramo proximal de cerebral média.(2)
  O estudo HAMLET avaliou a hemicraniectomia descompressiva comparada ao tratamento clínico conservador, em pacientes com diagnóstico de AVC Maligno de Cerebral média, demonstrando uma diminuição significativa na mortalidade dos pacientes operados em até 48 horas do evento, porém não houve diferença no estado funcional dos pacientes após 1 ano de acompanhamento.(3)
   Outros dois estudos obtiveram os mesmos resultados em relação a mortalidade: o estudo DESTINY e o estudo DECIMAL, com diferença que estes dois demonstraram benefício na funcionabilidade dos pacientes a longo prazo.(4 -5)
   Cabe ressaltar que todos os estudos apresentaram as seguintes variáveis em comum: todos os pacientes envolvidos tinham menos que 60 anos, a cirurgia foi realizada de maneira precoce em até 48 horas do evento (para se observar redução de mortalidade) e os óbitos ocorreram de maneira precoce (14 dias) da randomização. (1)
   Em resumo a hemicraniectomia descompressiva deve ser realizada de maneira precoce, de preferência em até 48 horas; não existem evidências para reservar este tratamento para pacientes que tem o hemisfério dominante atingido e devem ser considerados pacientes com idade menor que 60 anos para o procedimento.
  Aguardemos o resultado do DESTINY 2 que irá incluir pacientes com idade maior que 60anos e responderá a dúvida: a idade um fator limitante para o tratmento cirúrgico?



2. UpToDate 19.2

 

2 comentários:

  1. Boa tarde
    A minha sogra, com 73 anos, foi submetida a Hemicraniectomia Descompressiva, após ter tido um avc maligno que começou por ser ligeiro, e graças a Deus e ao cirurgião sobreviveu. Embora com algumas limitações está agora em fase de reabilitação. Mas para quem a viu num estado, que para mim era vegetativo, foi um milagre. Não desistam das pessoas mais velhas. Ás vezes são agradavéis surpresas e contrariam as estatísticas.

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  2. Cirurgia extremamente questionável. Ok, salva a vida, mas que forma de vida o paciente tem depois? Um vegetal e apenas um espectro de quem foi em vida. Não recomendo.

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