Citomegalovírus (CMV) é um vírus
de cadeia dupla de DNA e é um membro da família
Herpesviridae (Herpesvírus simples, Varicella zoster) .
A infecção por citomegalovírus raramente produz
manifestações clínicas em adultos imunocompetentes (quando produz são
frustas), entretanto em pacientes
imunocomprometidos é capaz de produzir amplo espectro de
manifestações, entre estas: úlceras gastrointestinais,
pneumonia, retinite, hepatite e encefalite.
Neste
post discutiremos os métodos diagnósticos para confirmar a infecção
por CMV, bem como suas limitações.
Sorologia:
evidência indireta de infecção recente pelo CMV pode
ser obtida por mudança dos títulos de anticorpos.
Diferentes métodos podem ser utilizados para este a detecção
de anticorpos: ELISA, radioimunoensaio, látex entre outros. O
diagnóstico recente ou agudo é considerado provável,
mas não definitivo, nas seguintes situações:
- Detecção de anticorpos IgM CMV-especificos
- Aumento nos títulos de anticorpos IgG de pelo menos 4 vezes em amostras pareadas colhidas com pelo menos 2 a 4 semanas de diferença.
Limitações: A detecção de anticorpos para
CMV apresenta boa sensibilidade e especificidades. Anticorpos IgM são
detectávei nas primeiras semanas de infecção,
porem ficam detectáveis por vários meses. São
necessárias amostras pareadas para o diagnóstico
através da detecção de anticorpos IgG. Pacientes
HIV, imunossuprimidos com sorologia positiva devem ser monitorados
para retinite. Resultados falsos-positivos CMV IgM
podem ser observados em pacientes com infecção por EBV
ou HHV-6, bem como em pacientes com níveis aumentados de
factor reumatóide.
Cultura:
Usando fibroblasto humano pode-se obter crescimento do vírus
em amostras de sangue, urina, liquor e secreção
bronquica. Limitações: não são utilizadas
de rotina pelo lento tempo de crescimento (até 6 semanas) e
porque o crescimento do vírus em cultura pode representar
apenas colonização e não infecção.
A cultura pode ser usada para o diagnóstico de resistencia ao
tratamento.
Detecção
precoce do antígeno: após coleta de material
(sangue, urina, líquor e secreção bronquica) este
material é centrifugado e exposto a anticorpos monoclonais. O
resultado deste teste pode ser obtido em 2 a 3 dias e se positivo
representa replicação precoce de CMV nestas células.
Antigenemia para CMV: detecta proteínas
de CMV em leucócitos do sangue periférico. Utiliza
anticorpos especifico (antígeno
PP65). Estas proteínas são
tipicamente expressas apenas durante a replicação
viral. O resultado pode ser obtido em 24 horas e se
positivo é expresso como o número de células
positivas pelo total de células contadas. Em pacientes
imunossuprimidos (SIDA e receptores de transplantes de orgão
sólido) antigenemia parece se correlacionar com viremia. Não
pode ser utilizado no diagnóstico de CMV em pacientes
leucopênicos. Em pacientes imunocompetentes a sensibilidade e
especificidade foi descrita em um estudo em 90 e 96% respectivamente.
Amplificação
molecular: são testes rápidos e confiáveis.
Estão disponíveis: reação de cadeia de
polimerase, teste de captura hibrida e amplificação
baseada na sequência de ácido nucleico (NASBA).
Citopatologia:
Inclusões intracelulares rodeadas por um
halo claro podem ser demonstradas com diversas colorações
(Giemsa, Wright, hematoxilina-eosina, Papanicolaou). Isto dá a
aparência de um "olho de coruja" (fígura
no inicio do post).
Qual seria o padrão-ouro?
ResponderExcluirUnir antigenemia p/CMV, CMV IgM, IgG e avidez IgG e interpretar.
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