sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ênfase na RCP de alta qualidade

C-A-B is the new guideline for CPR (VIDEO)


As Diretrizes de 2010 da American Heart Association para Ressuscitação cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular de Emergência enfatizam a necessidade de RCP de alta qualidade (1). Diante da vítima de PCR no ambiente de terapia intensiva as ações colocadas de forma sequencial nos algoritmos do BLS e ACLS são executadas simultaneamente e algumas não são necessárias, pois o paciente se encontra monitorizado, com acesso venoso estabelecido e às vezes com via aérea avançada colocada.

A desfibrilação precoce nos casos indicados e a RCP de alta qualidade são as únicas intervenções comprovadamente capazes de aumentar a sobrevida à alta hospitalar. Outras intervenções como a obtenção de via aérea avançada e uso drogas, embora associadas a maior chance de retorno a circulação espontânea, até o momento não foram capazes de aumentar a sobrevida à alta hospitalar (2). Por isso é importante a RCP de qualidade.
A RCP de alta qualidade inclui: frequência de compressão mínima de 100/minuto, profundidade de compressão mínima de 5cm, retorno total do tórax após cada compressão, minimização nas interrupções das compressões torácicas, evitar excesso de ventilação e alternar as pessoas que aplicam as compressões a cada 2 minutos.
Uma das formas de se monitorizar a qualidade da RCP utiliza parâmetros fisiológicos, que podem estar sendo monitorizados no momento da PCR. Valores de PetCO2, SvcO2 e pressão de perfusão coronariana se correlacionam com o débito cardíaco e fluxo sanguíneo coronariano durante a PCR. Níveis de PetCO2 persistentemente abaixo de 10mmHg em pacientes intubados durante RCP sugerem que o retorno a circulação espontânea é improvável. O mesmo acontece com níveis de SvcO2 abaixo de 30%. Nesses casos, é aconselhável melhorar a qualidade da RCP (2).
A pressão arterial invasiva também fornece informações importantes. Um aceitável substituto para estimar a pressão de perfusão coronariana durante a RCP é a pressão na fase de relaxamento (diastólica). Níveis < 20 mmHg também indicam a necessidade de melhorar a qualidade da RCP (2).
As Diretrizes de 2010 da American Heart Association para Ressuscitação cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular de Emergência são de acesso livre e podem ser obtidas no seguinte endereço: http://circ.ahajournals.org/content/122/18_suppl_3.toc.

Referências:

2 comentários:

  1. Muito pertinentes as observações. Em relação ao PetCO2 adapto ao ambu? É pratico e a curva adequada no contexto da RCP?
    Parabéns pelo Blog!

    Carlos

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  2. Obrigado, Carlos!

    Das poucas vezes que tivemos oportunidade de avaliar, usamos o capnógrafo não aspirativo (mainstream) conectados ao Ambu. Durante as 8 -10 ventilações /minuto é nítido o aumento da CO2 expirado. Só que a capnografia mostrava uma linha de base muito irregular e mesmo aumentos razoáveis do CO2 expirado foram percebidos durante compressões vigorosas.

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